segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pequeno desabafo sobre distúrbios interiores de uma quase-mulher de 18 anos



Aquele momento em que tudo que você quer é sair correndo e se atirar nos braços da pessoa que você ama, e ficar ali. Porque só ele consegue te dar a certeza de que tudo vai ficar bem.
Mas você sabe que essa relação é algo insano, e aquela parte do seu cérebro responsável pela razão, te diz: "Não faz isso, ele não merece... tenta esquecer, você consegue...”
Mesmo você estando cansada de tantos jogos,  procura em outros rostos  aquele sorriso, aquela voz. Tenta ao máximo desviar sua atenção,  procura por sons, cores, pessoas, movimento. Só que tem uma hora que a música acaba, as cores se apagam, as pessoas vão embora. E você se dá conta de que está queimando por dentro, queima. E dói, dói muito.  Chorar? Choraria até minhas lágrimas secarem e talvez não fosse suficiente. Seu coração diz:
 "Deixa de ser boba, vai atrás!" - E sua razão responde: 
"Lembra o que aconteceu? Tudo vai ser igual, como nas tantas outras vezes."
 Sente vontade de gritar, mas a voz se calou. Quer chorar, mas lágrimas já não há; tenta sorrir, mas a face está muito cansada. Cansada de mascarar o coração, que está trincado, quebrado, remendado. A sensação que  você tem é de que o mundo todo está sob seus ombros, então, você desaba. E fica ali, e percebe que ninguém mais te ajuda a levantar.Ele não está ali. Bate o desespero. Até que, num surto de vida, em tentativas desesperadas de sobreviver, você começa a arrancar todos os curativos que há no seu coração, arranca a pele queimada, a raspa carne podre. O que dói mais? As queimaduras, ou o processo para deixá-las cicatrizar? Realmente não sei. 
Mas é um processo necessário, uma dor precisa. E aos poucos, você cicatriza. As memórias já não estão tão vivas, a saudade já não é tanta, aos poucos você esquece como é tê-lo ao seu lado. Você o odeia, quer que ele morra, mas se preocupa, quer que ele esteja bem. E o sentimento que já passou por amor e ódio, vira desprezo. 
Até que um dia, ele volta. E você percebe que realmente cicatrizou, quando ele passa por você e não te traz mais nenhum sentimento. Acabou.

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